segunda-feira, 26 de março de 2007


Hoje pensei em escrever sobre tantas coisas, mas senti uma vontade de falar sobre um tema que sempre fez parte da humanidade desde a sua criação. A família.
Falo disso talvez porque estou com saudades de rever a minha família que eu sou apaixonada (meu paizão meu lindão, a minha madrasta e meus irmãos queridos ahh e ainda tem a Yumi nossa cadelinha linda!!!). Olha que fez um mês que meu pai (meu édipo heheheh) veio me ver junto com a minha madrasta. Mas a páscoa está próxima e não vejo a hora de ir a Cuiabá revê-los.
A família é o alicerce de uma sociedade, é a rocha forte de uma estrutura social. Hoje nosso modelo econômico vigente, o capitalismo vem investindo fortemente contra a família.
Uma família convencionalmente falando tem apenas uma televisão, um computador, um microondas, uma geladeira, uma máquina de lavar e por aí vai tudo em unidade.
Uma família constrói relacionamentos ao redor de uma mesa, há conversa, há olho no olho, há sorrisos, há trocas saudáveis, há um mover de vida na família. É certo de que quem possui não a família ideal, mas a família real com seus defeitos, e seus acertos, vivências que só em um ambiente familiar podemos ter, são indivíduos que seu prazer é satisfeito na companhia do outro.
Como produto disso passam menos tempo na Internet, menos tempo em frente a TV entre outros “entretenimentos” que não fazem mais do que fazer-nos comprar desejos produzidos para adquirirmos materialmente e individualmente a felicidade. Vive-se o Ethos onde os sujeitos discernem o caráter sórdido das relações sociais e sonham com a possibilidade de uma vida melhor, porém sucumbido no seu narcisismo revela-se impotente para intervir nas circunstancias.
O capitalismo é tão cara de pau que nos cria a ilusão e nos vendem a felicidade como se fosse uma força constituinte apenas do eu, como se a realidade dependesse do nosso otimismo ou pessimismo diante de uma situação. E como resultado de egos fortemente atacados vemos sujeitos emocionalmente frágeis. E o capital bonzinho vende a formula mágica da salvação em best seller de auto ajuda. E assim vamos sendo seduzido dia a dia por esse mundo pós moderno onde o imediatismo e o individualismo são reinantes.
E nesse contexto em que o tempo todo demandam-se consumidores quando precisam se livrar do estoque de mercadoria, dos excedentes é aí que a família entra como a vilã do capitalismo, pois não tem rentabilidade alguma famílias estruturadas. Família estruturada consome menos compartilham mais.
O brinde do capitalismo é quando uma família se desfaz, o individuo que chora por ter sua família desfeita é o prazer do capital, pois é nisso que sua satisfação é encontrada é cada um para seu canto, cada individuo procurará uma nova casa, irá adquirir sua TV, sua geladeira, seu microondas e por aí vai...
Hoje uns dos maiores empreendimentos do capitalismo são os jovens os adolescentes que até o discurso atual sobre o casamento é o seguinte: Vamos nos unir sim, mas cada um na sua casa. Ou até moram na mesma casa, mas cada um tem seu banheiro, cada um tem computador, cada um tem sua tv... Épocas em que descompromisso é o senhor das relações.Tempos onde esvaziam-se a nossa essência que busca e quer compromisso com o outro.

Precisamos reavaliar e pensar nossos conceitos em relação a família, tão desacreditada nos nossos dias. A figura do capitalismo que tanto criticamos é uma estrutura simbólica, real e que seus conceitos influenciam nossas relações, mas não pode ser considerado algo distante do nosso cotidiano e nem criticado como se o dono da crítica não tivesse fazendo parte dessa rede de relações para amenizar seu sentimento de culpa. Porem o capitalismo esse sistema de macro relações é constituído por micro relações entre eu e você.
É hora de nos juntarmos e defendermos a família, a união de pessoas com garras e força. É hora defendermos o que na sua constituição há uma atmosfera do amor de Deus plantada. Pois com todas as nossas ocupações praticas diárias perdemos a noção da brevidade da vida e do que realmente vale a pena...
palavra viva da menina que ama o milagre

2 comentários:

Tulipa disse...

Família está em estinção. Realidade esta que deveria ser alvo de questionamentos, de revolta, de reflexão, porém o sistema capitalista quer implantar na sociedade um pensamento ideal de uma nova forma de vida, uma nova mentalidade, uma nova visão de mundo, em que as pessoas são capazes de viver felizes sozinhas. Estamos criando uma ideologia em que é possivel viver em sociedade sem a necessidade dos laços estreitos da união: a individualidade, cada um por si. É lamentável que por mais que esta realidade esteja claro aos nossos olhos, poucos conseguem pensar em alternativas de mudança. E a mudança começa no "em si", na consciencia e nos valores cultivados dentro de casa, na família... e estes valores estão presentes em cada gesto de amor, cada expressão de afeto, sinceridade, respeito, liberdade e carinho. Casamento é sagrado e família é uma benção de Deus!!

Anônimo disse...

A fragilidade do homem frente ao capitalismo é achar que o conhece, quer dizer, achar que conhece o mundo onde vive, enchendo-se loucamente de informações via internet, tv. Quanto mais achamos que conhecemos o externo, para mais longe empurramos o conhecimento de si...conhecimento este que não pode ser adquirido em frente à TV, ou qualquer outro objeto que mova informações disfarçadas de ilusões, cheia de mecanismos subliminares ideológicos. Quanto mais queremos comprar, menos queremos amar. Porque o amor não pode ser vínculo do TER, amor é doação, sacrifício, é prazer também, mas um prazer de ver no outro uma felicidade que não pode ser encontrada em sorrisos de outdoors. A FAMÌLIA está imbuída nesse contexto, e os pais querem TER coisas para ajudar os filhos, mas não DOAM tempo ouvindo-os, repassando o que aprenderam com suas próprias experiências. E os filhos vão necessitando de uma referência, e quem está lá para sê-la? A TV? A Internet? Os jornais? Os amigos que também não tem referência de uma família? O homem será fruto de sua própria alienação, produzindo e repetindo sem reflexão não poderá alcançar a união, o bem-estar, ou quem sabe a felicidade. Mas, não a felicidade das propagandas, outra felicidade que só se encontra nas relações conscientes de si e do mundo, onde se sabe a importância de seu papel dentro da família e da sociedade. Um homem consciente sabe das dificuldades do mundo e luta para superá-la, porque olha para dentro de si, mas sabe que outros precisarão olhar também!