segunda-feira, 12 de março de 2007

Estou pedindo demissão


Venho por meio desta, apresentar meu pedido de demissão da categoria de adultos.
Resolvi que quero voltar a ter as responsabilidades e as idéias de uma criança de oito anos, no máximo.
Quero acreditar que o mundo é justo e que todas as pessoas são honestas e boas.
Quero acreditar que tudo é possível. Quero acreditar que as complexidades da vida passem desapercebidas por mim e quero ficar encantado com as pequenas maravilhas deste mundo.
Quero de volta uma vida simples e sem complicações.
Cansei, cansei dos dias cheios de computadores que falham, montanhas de papeladas, notícias deprimentes, contas a pagar, mentiras, doenças e a necessidade de atribuir um valor monetário a tudo que existe.
Não quero mais ter que inventar jeitos para fazer o dinheiro chegar até o dia do próximo pagamento. Não quero mais ser obrigado a dizer adeus às pessoas e, com elas, a uma parte da minha vida.
Quero ter a certeza de que Deus está no céu, e de que por isso, tudo está direitinho neste mundo. Quero viajar ao redor do mundo no barquinho de papel que eu mesmo fiz para navegar numa poça d'água deixada pela chuva.
Quero jogar pedrinhas na água e ter tempo para olhar as ondas que elas formam.
Quero achar que moedas de chocolate são melhores que as de verdade, porque podemos comê-las e ficar com a cara toda lambuzada.
Quero ficar feliz quando amadurecer o primeiro caju, a primeira manga ou quando a jabuticabeira ficar pretinha de frutas.
Quero poder passar à sombra de uma árvore, construindo castelos no ar e dividindo-os com meus amigos.
Quero voltar a achar que chicletes e picolés são as melhores coisas da vida.
Quero que as melhores competições em que eu tenha de entrar sejam um jogo de bola de gude ou uma pelada.
Quero voltar ao tempo em que tudo que eu sabia era o nome das cores, a tabuada, as cantigas de roda, "Batatinha quando nasce..." e a "Pai-Nosso" e que isso não me incomodava nadinha, porque eu não tinha a menor idéia, de quantas coisas tristes eu ainda não sabia.
Quero voltar ao tempo em que se é feliz, simplesmente porque se vive na bendita ignorância da existência das coisas que podem nos preocupar ou aborrecer.
Quero acreditar no poder dos sorrisos, dos abraços, dos sagrados, das palavras gentis, da verdade, da justiça, da paz, dos sonhos, dos castelos no ar e na areia.
Quero estar convencido de que tudo isto vale mais do que o dinheiro! A partir de hoje isto é com vocês porque eu estou me demitindo da vida de adulto.
Não estou fugindo da realidade, apenas recolocando na minha alma as coisas simples da criança que fui um dia.
Agora se você quiser discutir a questão, vai ter que me pegar, porque eu estou indo para o meu pique. Porque o pegador está com você. Você é o pegador agora. E para sair do pegador só tem um jeito: demita-se você também dessa sua vida chata de adulto e fale de todas essas coisa para todos os seus amigos, principalmente os mais sérios, sisudos e preocupados.
E, acima de tudo, não tenha medo, nenhum medo de ser...infantilmente feliz.
(Autor desconhecido)
Palavra V!va de MMM...

2 comentários:

Sociedade Palavra V!va disse...

Eu falaria que esse texto é um convite à espontaneidade, que com o passar dos anos acabamos perdendo...As cças são mestres nisso...

Silvia disse...

Ow o ultimo coments é o meu...