terça-feira, 27 de março de 2007

Civilizações hostis, majestades afortunados, tribos pés-descalços. Fortes ou fracos, nos desertos ou mares... a busca pelo sentido da vida se faz presente e a pálida sensação de ausência no olhar comove as faces igualmente insossas, sabe-se que mais um dia é vinda quando o sol atravessa a linha do horizonte... Em cada caminhar o corpo todo se arrepia...
Já é tempo de derrubar o muro, atravessar a fronteira, caminhar afronte e bater na porta do vizinho. A mudança se faz com pequenos gestos de expressões acentuadas... o palco é daquele que marca o passo, marca-passo de cada passo, rumo à esperança de viver do amor, do amor somente, do amor louco e sonhador.
Existem dois tipos de seres: os que têm fome e os que têm sede. Aqueles que têm fome vivem do acúmulo, do apetite, do degustar das coisas grandes e saborosas... para se conseguir o alimento precisa ser esperto, bruto e cauteloso... a caça exige a prática do manejar ousado do machado ou do arco e da flecha.
Aqueles que têm sede vivem da fonte, da espera, da água que umedece a garganta seca, pouco a pouco... como é árduo matar a sede em tempos de seca, pois não a possuímos por mérito nosso, é constante andança em constante suor, porém chega-se o dia em que somos surpreendidos pela correnteza ou pela chuva e a água nos é oferecida gratuitamente.
Deste modo, a sede é soberana, pois chega certo momento em que a fome se esvai, retira-se anulando a possibilidade de preparar o prato. Resta então a sede, ela somente. É nesse momento... é nesse exato momento em que nos tornamos vulneráveis e colocamo-nos de joelhos, totalmente rendidos. A sede domina-te ao ponto de fazer estremecer o estômago em alarme de um grito louco!
Percebemos então que a seriedade é uma fachada, uma estátua sem fim estético apenas mórbido. A loucura... ela sim é rainha! Ela explode os nossos sentidos, cria e reconstrói o inimaginável. Transforma do amargo ao doce e da escuridão ao brilho intenso.
A loucura embebida no amor torna-se mestre da dinâmica dos sonhos e, mestre que é mestre, é capaz de colocar em prática os seus saberes, não permanece apenas nos devaneios...
Amor em ação é a loucura mais sóbria que um coração é capaz de criar.


Palavra V!va de MMM...

2 comentários:

Anônimo disse...

Loucos são aqueles que ainda acreditam no amor? Ou loucos são aqueles que ainda não acreditam no amor?
;)
Os primeiros gritam e denunciam, e tentam construir o amor num mundo desconexo, confuso!
Já os segundos abafam e negam a sua própria vida ao negar o amor.

Silvia disse...

Nossa Má seu texto hj tá dificil Heheheh.. acho que tenho que sublimar mais.. hauhauhahauh..Mas é um texto que nos proporciona diferentes leituras.. Mas com o objetivo de falar de Amor...Quando li veio o trecho biblico que diz que o Amor é forte como a morte. Para a morte, nós caminhamos todos os dias e com toda CERTEZA ela um dia chega, não nos livramos dela. E com o Amor não é diferente ele um dia chega, não precisamos ficar buscando e procurando em qualquer lugar, ele simplesmente chega... Como um vendaval que reveste a vida de cores, traz vida e paz mas pode ser tormento e deserto se tentamos fugir dele, por ser uma luta em vão. a Força é seu grande tema e não resta nada,nada,nada a quem ama do que cair de joelhos e render-se ao que é a mola propulsora da vida...O amor vem de forma sofrida, pois como a clarice lispector nos fala "ele é a desilusão de tudo o mais" ele descortina a nossa realidade meche com nosso ser...
Nossa acho que me empolguei...
bjs