quinta-feira, 24 de maio de 2007

Bom resolvi dividir com vocês a delícia que tem sido as supervisões de Psicologia Escolar, estamos discutindo sobre a Arte e educação no referencial teórico Histórico-Cultural. No livro que ainda será lançado esse ano, resultado da dissertação de mestrado da supervisora do meu grupo de estágio a DrªSonia Mari Shima Barroco, com o Título Psicologia Educacional e arte: uma leitura histórico Cultural da Figura Humana, ela destaca que "sem dúvida, a Psicologia a Psicologia precisa estabelecer diferentes interlocuções com outras áreas do conhecimento, ou ainda, a partir delas, abordar sobre o que é humano, o que é "educacional". Considero que: sair do reino das aparências, ou vencero fetichismo que tanto tem seduzido a todos, tornou-se imperativo ao psicólogo educacional, posto que este não tem dado conta das contradições que se avolumam em frequencia e em intensidade nas escolas. Estas esperam explicações plausiveis e sugestões de ações contra a não-aprendizagem, a indisciplina, a violência,o uso de drogas ilícitas, a falta de motivação para os estudos, etc. Esperam tambem que ele se alie numa empreitada de convocar a familia a cooperar com a educação, seja participando das atividades que promove, seja educando seus filhos com mais afinco (BARROCO,2004, p.109).
Decorrente dessa forma de entendimento e da impossibilidade de compreensão do ser humano isolado no mundo escolar, muito importam os aspectos citados pelas possibilidades que eles abarcam. Isso porque, nessa época,as instituição educativas e não apenas elas, atestam umagrande dificuldade em cumprir suas finalidades de serem espaço de encontro sitematizado com o conhecimento científico; paralelamente tambem a psicologia se depara com uma situação similar já que, sendo uma ciência que estuda o Psiquismo Humano, demonstra uma produção que ainda se vê desafiada a explicar quem é o sujeito de quem fala; como o processo educacional se realiza, o que implica, em que medida ele interfere na constituição desse individuo e como é possivel apreende-los- o individuo e o processo educacional.

Do trabalho com a Arte

Ostrower é citado nesse livro, pois é uma autora muito reconhecida no Brasil no âmbito da Arte, esta expõe seus enfretamentos para elaborar e ministrar um curso de arte para operários de uma fábrica. Ela mostra ao leitor os enfretamentos, os questionamentos que se fez para atender o convite "inquietante".
Ao longo do seu texto a autora vai apontando os limites e as possibilidades de um trabalho de ensino com artes[...] aborda a Arte como um caminho de maior conhecimento; de conscientização do individuo. Estes ao realizar suas potencialidades, realizaa sua individualidade sendo a Arte, assim, caminho de crescente humanização da vida. Sob esta visão, reconhece que as potencialidades criativas existem emtodos os seres humanos - embora combinando-se em cada pessoa em graus diferentes e áreas diversas -, e entende a realização das mesmas como a necessidade de vida. A arte, portanto, para a autora, não se trata de um mero enfeite, passatempo ou terapia e não deve ser tomada como uma mercadoria, seja de luxo ou descartável(OSTROWER,1983,1999)

"Em nossa sociedade, a posição distante do fenômeno artítisco é, no minimo ambivalente,quando não, bastante contraditória. Por um lado reconhece-se a obra de arte produto do fazer artístico, como algo valioso em termos financeiros, por outro, o fazer artístico, como algo considerado inútil , mera diversão ou lazer, terapia talvez, mas nunca um trabalho, no sentido de uma produtividade responsável e engajada, e, menos ainda, no sentido da realização de uma necessidade social" (OSTROWER,1983 p.20)" (Barroco,2007)


Muito interessante essas questões em que a arte nos coloca. Mas partindo do pressuposto que Vigotski nos coloca em que o ser humano é individuo criador, pergunto-me para onde está sendo canalizada toda essa criatividade das nossas crianças, jovens e adultos na nossa sociedade. A escola possivelmente não tem sido o alvo dessa criatividade, será que estamos desperdiçando todo um potencial tanto coletivo como individual ??Acho que são questões para pensarmos..Hoje vemos a violência cada vez mais "criativa" e perversa, é triste.. A violencia foi o que lembrei para onde possivelmente poderia estar sendo os olhos e canal da criatividade, mas temos outras e tantas outras instâncias...Fica aí o desafio de pensarmos possibilidades para intervir e para contribuir com a Psicologia.



palavra viva da menina que ama muito o milagre


Um comentário:

Tulipa disse...

Realmente estou chocada com a violência nas escolas, há momentos em que nos deparamos com obstaculos aparentemente intransponíveis, a esperança é algo distante na mente dessas crianças, pois não vêem mais saídas. Acredito que a arte toca o sensível e visa a transformação de vidas, pois coloca à luz as potencialidades, as capacidades de cada indivíduo. Arte é revolução!