sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Sinto os dias difíceis que parecem nunca ter fim...

A força e a coragem esvaíram-se...

Escrever é entrar em contato com esses fragmentos de vazio e dor...

Há uma busca do vento atrás do nada.

Há um deserto sem oásis.

Existe um eu desamparado,

Um eu desanimado,

Um eu estático...

A vida dura e frágil...

Existem apenas gotas de vida que molham a terra rochosa e cansada da sequidão.


"Entre mim e mim, há vastidões bastantes para a navegação dos meus desejos afligidos. Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos. Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge. Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza, só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram. Virei-me sobre a minha própria existência, e contemplei-a Minha virtude era esta errância por mares contraditórios, e este abandono para além da felicidade e da beleza. Ó meu Deus, isto é a minha alma: qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário, como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera..."


Cecilia Meireles



Silvia


Nenhum comentário: