sexta-feira, 20 de março de 2009

Saudades do lar...

Saudades do meu lar, saudades da minha casa, estou aqui, mas não sou daqui! Recuso-me a pensar que esse mundo onde me encontro seja definitivo. Estou ansiosa por um novo governo, novo céu e nova Terra. Onde não haja corrupção, onde há paz, onde poderei deitar para sempre no colo do Pai e ter descanso.Não vejo a hora em que toda língua confesse que o Jesus de Nazaré, O perfeito amor, é o Senhor de tudo e de todas coisas e que o reino e o seu governo se estabeleça por toda Terra...





"Peregrinando"


Gosto de viajar. Fazer malas, preparar roteiros, cair na estrada. Prefiro um bom passeio a uma boa aquisição. Tanto pelo privilégio de conhecer outros lugares como pelo descanso em relação à rotina. Sair da rotina é reparador. Faz descansar a alma, ainda que o corpo se desgaste um pouco com a movimentação.
Aprendi das viagens que voltar é tão bom quanto partir. Dá uma saudade de casa! Por melhores que sejam os lugares por onde passo. Não tem cama como a cama da gente. Nenhum lugar como o lar. E tem mais: uma hora o dinheiro acaba, falta a roupa limpa e dá vontade de conversar com os amigos; mostrar fotos e “contar vantagens”.
A certeza da volta determina as escolhas da partida. Devo levar bagagem proporcional aos dias de turismo e reservar estadias no número exato. O dinheiro deve ser o suficiente. Pretendo aproveitar, ao máximo, cada oportunidade. Há uma opção evidente pela alegria e pela comunhão. A idéia é não ter do que me arrepender.
Viagens são parábolas da vida. Falam de trânsito, passagem e provisoriedade. Ensinam sobre o que significa estar onde não é casa; viver por um tempo onde não é lar. Deixam claro que, cedo ou tarde, os recursos esgotam, a movimentação cansa e a distância incomoda. Tratam de saudade e desejo de voltar.
Mas para onde? Qual é o lar? Onde é a casa? Jesus já falou: “Na casa do meu Pai há muitos quartos. Se assim não fosse, eu diria, pois vou preparar-vos lugar” (João 14). Existe um destino final que não é mais que um retorno à origem: de Deus viemos e para Deus voltaremos. Tem lugar para nós na casa do Pai.
Infelizmente, no entanto, há quem se acostume com a viagem. Quem a transforme em rotina. Quem fuja da realidade: que isso, um dia, acaba. Mais dia, menos dia, é hora de voltar. Apresentarmo-nos diante de Deus e prestarmos as contas. Fomos com dinheiro emprestado. O recurso era alheio. A viagem não era de férias, mas a trabalho. Éramos embaixadores e não nos apercebemos disso. Tínhamos uma missão de paz e boas novas, as quais falam de um Senhor amoroso e salvador. Mas não cumprimos nosso dever. Ao contrário do que gostaríamos, temos muito do que arrepender.
É tempo de revermos roteiros e motivos. De levarmos somente o suficiente. Quem é que se enrola em viagem, que não se mostre um completo tolo? Quem é que faz a vida no lugar de passagem, como se não tivesse para onde retornar? Quem é que deixa sem trato as questões da casa e da vida real para a qual, finalmente, voltará? Sejamos sábios!
Peregrinação é como a Bíblia denomina nossa viagem. Suas palavras revelam o caráter transitório da vida e a urgência de nossa rendição a Deus. Ninguém é eterno turista. Não há lugar como o lar. É o que ensinam os heróis da fé: “morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra... homens dos quais o mundo não era digno” (Hebreus 11:13 e 38).
Tem hora que dá uma saudade de casa... Acho que estou precisando de roupas limpas.

Rev. Marcelo Gomes

Um comentário:

Tulipa disse...

o Reino de Deus já está entre nós. Vivamos em Espírito e vistamos as novas vestes!!